Você levanta pela manhã, vai até o banheiro e percebe que está sem sabonete, se depara com a falta que faz no banho. Você vai lavar a roupa e está sem sabão, mais uma vez percebe o quão importante é essa simples barrinha. Pois é, o sabão caseiro, por mais simples que pareça, carrega um punhado de significado pela história.
O sabão, como conhecemos, é um sal de ácido graxo obtido através da reação de um material alcalino (normalmente o hidróxido de carbono, a conhecida soda cáustica) e a gordura de origem animal ou vegetal. Os primeiros documentos que datam a criação de um composto muito similar a ele são de 2.800 a.C, na antiga Babilônia, onde uma pasta produzida de gordura animal fervida com cinzas, era utilizada na higiene dos cabelos. Desde então, diversos outros registros do saponáceo, em diversos estados, líquido, pastoso, duro, foram surgindo com o decorrer da história.
No Egito antigo, esse saponáceo era utilizado na preparação da lã para tecelagem. Na Roma Antiga, era utilizado na higiene corporal, era tratado como artigo de luxo e destinado principalmente aos homens. A palavra “sabão” tem origem em “sapo” no latim e aparece pela primeira vez quando Plínio, o Velho (23-79 d.C) discute a produção de sabão duro e mole para utilizar nos cabelos com cinzas de plantas e sebo. Saboarias surgiram na Europa séculos depois (meados do século X), principalmente a França e a Itália, onde apenas os nobres tinham acesso. Esse material era considerado um privilégio entre eles.
Até a Revolução Industrial, sua produção era apenas em pequena escala e seu preço altíssimo, foi então que Andrew Pears iniciou a produção do sabão transparente em 1789, e com seu neto fundou a primeira fábrica de sabão em 1862, em Isleworth na Inglaterra. A partir daí o sabão começou a ser produzido em larga escala e com um preço acessível ao público em geral.
O sabão consiste numa importante descoberta para a humanidade. A partir dele foi possível entender e reproduzir diversas reações químicas. A química atual deve muito à essa descoberta, A gordura e as bases são hidrolisadas em água; os gliceróis livres ligam-se com grupos livres de hidroxila para formar glicerina, e as moléculas livres de sódio ligam-se com ácidos graxos para formar o sabão. Suas moléculas se ligam a moléculas não-polares (gordura e óleos) e a polares (água), ou seja o sabão se liga á molécula de gordura da superfície suja e a envolve, desprendendo-a e facilitando o enxágue com água. A indústria da limpeza se beneficia dessas reações para produção da maior parte de seus produtos.
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